TINY HOUSES
Em 2013 comecei uma pesquisa sobre casas compactas. Já haviam se passado três anos que me mudara de meu escritório que ficava no centro de São Paulo, para um quarto vago em minha casa que transformei em home office, para ser bem sincero senti muita falta do meu antigo escritório, a falta de privacidade e a impossibilidade de receber clientes tornaram a experiência de trabalhar em casa pouco atraente, mas a gota d’água para mais uma mudança veio com a chegada de meu primeiro filho a Valentina.
Fiquei encantado com as “Tiny houses”, com seus espaços mínimos e funcionais eram a solução perfeita para mim, não para morar, mas para trabalhar, pois iria precisar desocupar o home office para transformá-lo em quarto de bebê.
Na verdade o que eu precisava era um
“Tiny office”
Seria necessário então adaptar tudo o que tinha visto para um espaço que pudesse abrigar minha mesa de trabalho, estantes com fichários, impressoras, estação de trabalho para dois colaboradores e ainda de quebra ter um banheiro e copa independentes da residência em que morava, pois o “Hom Office” como apelidei ocuparia 15 m² do meu quintal e a rotina da casa não poderia interferir na rotina do escritório e vice versa.
A ideia original teria sido montar tudo em um galpão e colocar pronto através de um Guindauto na infraestrutura previamente executada (sapatas de concreto, sistema de esgoto e chegada de água e energia elétrica) mas isso não foi possível, muro de pedra, fiação de concessionaria de energia e rua estreita impediram que o desafio fosse superado. Então a saída foi montar o máximo possível fora em um galpão e finalizar o restante no canteiro de obras. Desta forma, após a chegada dos painéis praticamente prontos no canteiro foram mais 10 dias de obra a céu aberto.
O sucesso foi tamanho que até rendeu uma publicação na renomada revista Arquitetura & Construção
(ed. Fev. 2016)
Oportunidade de negócio.
Antes de construir o “Hom office” me qualifiquei para trabalhar com o steel framing um sistema de construção seca ecológica, fiz cursos teóricos e práticos e me dediquei em pesquisa do que estava sendo realizado nos EUA. Lá também tive a oportunidade de conhecer o Wood framing que até hoje é o sistema mais utilizado.
A partir dá surgiram encomendas, como a de um amigo para quem já havia projetado uma casa de campo e que precisava de um espaço para abrigar mais dois dormitórios e ele não queria passar por reforma, assim nasceu o “Tiny Hom” modular ele pode ser ampliado a qualquer momento se conectando a outras unidades.
Passado algum tempo foi a vez de minha mulher ceder o home office dela para o meu filho que também estava a caminho, o Lorenzo. Fiz uma versão ainda mais reduzida do que o meu com apenas 6m², pois ela precisa de espaço de trabalho apenas uma vez por semana por algumas horas, mas detesta fazê-lo na sala de casa.
Fotos acima “Hom Office” da minha mulher e “Tiny Hom” que projetei para meu amigo
Conceito das Tiny Houses
Embora o conceito das “tiny houses” superem em muito a simples execução de pequenas construções, pois trata-se de uma filosofia de vida, onde os futuros moradores abdicam do que julgam ser supérfluo e foquem em ter apenas o necessário para uma vida saudável e plena, aqui no Brasil já temos algumas iniciativas bem interessantes como a do movimento Pés descalços de idealizadores Robson e Isabel. Nos EUA há tempos essa modalidade de viver se consagrou, eles já tinham grande familiaridade com os trailers e motor homes estão migrar para as tiny houses foi muito natural, pois lá as pequenas notáveis são feitas sobre rodas e a ideia é ficar períodos em lugares diferentes.
O que posso assegurar é que para aqueles que pretendem ampliar seus lares, desde que haja espaço suficiente no quintal e não pretendem passar por reformas e quebra quebra as Tiny houses são a solução perfeita, leves e rápidas de se executar podem atender aquela família que pretende ter um espaço a mais para os filhos que cresceram, quando se pretende trabalhar em casa mas não quer abrir mão da privacidade assim como eu ou ainda proprietários de casas de campo e praia que querem explorar comercialmente parte de seu espaço com modalidades como “Airbnb”.
Fotos acima do módulo do “Tiny hom”
Quanto custa???
Fiquei empolgado quando decidi projetar o “Hom office” em 2013, já estava todo envolvido no universo do steel framing, pois acabara de iniciar uma obra de uma residência toda feita no sistema para meus pais. Como tenho hábito de realizar planejamento econômico logo no inicio de cada projeto percebi que a empreiteira não sairia por uma pechincha, o sistema é todo industrializado então o valor agregado nos materiais é enorme. Assim o m² havia ficado acima da média dos valores para uma construção convencional de tijolos. Mas quando coloquei na ponta do lápis, alguns fatores como a redução à praticamente zero de desperdício, fundações mais esbeltas e rasas, otimização da mão de obra entre outros o valor final ficou bem próximo daquele praticado com sistema convencional.
Na época o m² ficou em R$ 1500,00 ou seja, meu “Hom office” custou R$ 22.500,00 mas como sou arquiteto e o idealizador da obra, não computei custos com projeto e gerenciamento de obras. Nem preciso mencionar que projeto detalhado e planejamento são essenciais para o sucesso em qualquer obra no sistema steel framing com as tiny houses não é diferente.
Em valores atuais o m² varia entre R$ 2500,00 e R$ 3500,00 dependendo do local de implantação e acabamentos.
Gostou!
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Além das tiny houses também projeto em todos os sistemas construtivos, do convencional de tijolos e pedra até os mais atuais como o steel framing.